Esperança
As crianças e os adolescentes brasileiros estão lendo mais.
O diagnóstico foi revelado durante o 13ª Salão Nacional do Livro Infantil e Juvenil, no Rio de Janeiro.
De acordo com pesquisa divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), do total de 12 mil títulos novos lançados no país em 2010, cerca de 2,5 mil foram direcionados a crianças e adolescentes.
"A própria produção é uma comprovação de que as nossas crianças e jovens estão lendo mais", disse Ísis Valéria Gomes, diretora da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Literatura infanto-juvenil
O presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Ednilson Xavier, disse que a parte destinada à literatura infanto-juvenil já representa cerca de 15% do faturamento das lojas.
Levantamento feito em 455 livrarias de todo país mostra que as vendas do setor cresceram 9,6% em 2010 em relação ao ano anterior, refletindo a expansão da economia nacional. Ele ressaltou que a área infanto-juvenil lidera o ranking em termos de crescimento de vendas no ano passado.
Para Xavier, a tendência é que o hábito da leitura do público infanto-juvenil seja crescente. "Não tenha dúvida. Há, nesse aspecto, a constatação do mercado editorial de que os livros nessa área, a cada ano, se tornam mais atrativos".
A ANL está elaborando pesquisa sobre o livro no orçamento familiar, que será divulgada em agosto, durante a 21ª Convenção Nacional das Livrarias.
Hábito da leitura
Na opinião de Ísis Valéria Gomes, o hábito da leitura é fundamental não só para ampliar o conhecimento mas, inclusive, para a formação da cidadania. "A criança que começa a ler desde pequena segue lendo depois. Não existe postura cidadã sem que você seja um leitor".
Segundo ela, a criança e o jovem brasileiros são penalizados em função do analfabetismo funcional, que exclui as pessoas do conhecimento. "Mas, entre as crianças que leem, a leitura vem aumentando muito. E o consumo [de livros] também, inclusive entre os adolescentes".
Livros eletrônicos
A diretora da FLNIJ observou que o governo federal já desonerou impostos sobre os livros eletrônicos (e-book).
Ela avaliou, porém, que, para que o livro digital chegue às camadas da população de menor poder aquisitivo, são necessárias novas ações, uma vez que esses livros são ainda muito caros, custam cerca de R$ 1,8 mil.
Ela disse, também, que é preciso garantir a qualidade dos textos impressos oferecidos ao público infanto-juvenil. "Isso é alguma coisa que precisa ser vigiada, do ponto de vista de se oferecer coisa boa aos adolescentes e às crianças".
A experiência da Fundação German Sanchez Ruiperez, de Salamanca, na Espanha, foi apresentada durante o encontro nacional de livreiros. A instituição aposta na alfabetização digital para crianças a partir de cinco anos de idade, onde os menores convivem com o aprendizado simultâneo no computador e no livro impresso.
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