quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo



Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder
.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Fernando Pessoa

domingo, 17 de julho de 2011

Férias

Aproveite as férias para passear com seu filho.
 Ir ao museu é uma ótima opção.
Pesquise na sua cidade .
No site Educar para Crescer, tem ótimas dicas.
Não deixe de consultar acessando o link abaixo:
http://educarparacrescer.abril.com.br/atracoes-educativas/aquario-de-santos.shtml

Mensagem da semana



"Me arrebento, mas não abandono meus ideais.
Prefiro ficar ao lado de quem perdeu a resignar-me."
Darcy Ribeiro

Déficit de atenção e hiperatividade começam na infância e podem continuar na vida adulta.

 Embora seja um problema bem estudado e tenha tratamento, nem sempre esse transtorno é identificado ou diagnosticado corretamente. Pior, ainda há quem acredite que se trata apenas de um mito.

Distraídos, agitados, bagunceiros, desorganizados... É extensa a lista de adjetivos de conotação negativa usada para definir crianças e adultos que apresentam, de maneira intensa e frequente, comportamentos e atitudes diferentes daqueles tidos como padrão. Os pais acham que os filhos são “elétricos” ou que vivem no mundo da lua. A escola reclama do aluno que tumultua a classe e não presta atenção à aula. A criança se ressente porque não vai bem nas provas, leva bronca de todos ou é isolada pelos colegas, pois abandona as brincadeiras ou as atrapalha com sua impulsividade. Esses podem ser alguns indícios de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Continue a ler o texto e assista o vídeo em:


Como saber se o seu filho tem dislexia?

                                            
 Na maioria dos casos, a dislexia só se torna evidente quando o seu filho inicia o processo da leitura. E mesmo assim, pode ser necessário algum tempo antes da dislexia poder ser clara e totalmente diagnosticada. Em casos de dislexia severa é possível identificar sinais antes da idade escolar, como o atraso na linguagem, por exemplo.(ver texto abaixo)
Aos 6, 7 anos é perfeitamente comum as crianças trocarem números ou palavras quando lêem ou escrevem, no entanto se estas dificuldades persistirem poderá ser indicativo de dislexia.
A partir do terceiro ano escolar já é possível realizar testes de diagnóstico ( ver texto abaixo) para saber se o seu filho tem dislexia. Vários testes são aplicados para avaliar as competências de leitura (velocidade, descodificação, memória, compreensão), a capacidade intelectual geral e exames médicos para eliminar a hipótese de problemas visuais ou auditivos ou de outra ordem.
Os pais, de forma geral, são capazes de perceber, antes de qualquer profissional, que o seu filho está a ter dificuldade em acompanhar o ritmo escolar das outras crianças. É muito importante estar atento ao comportamento do seu filho e recorrer aos profissionais quando observar uma ou mais dos seguintes sinais:
  • Baixa auto-estima;
  • Dificuldades de ortografia;
  • Dificuldades na leitura em alta voz;
  • Confusão entre esquerda e direita;
  • Problemas de orientação e em seguir instruções;
  • Realização demorada de trabalhos escritos;
  • Dificuldades na matemática.
http://educamais.com/como-saber-se-o-seu-filho-tem-dislexia/

Atraso na Linguagem

Atraso na linguagem é sempre algo que preocupa os pais e os educadores. “Será que o meu filho já não devia dizer mais palavras?” é muitas vezes a questão que os pais colocam a si próprios ou questionam os especialista da área.
Desde o início do desenvolvimento da linguagem a criança põe em prática comportamentos comunicativos verbais e não verbais que lhe garantem o relacionamento com o meio que a rodeia: o olhar, os gestos em direção a alguma coisa, a mímica facial e gestual, os gritos, as palavras, etc. Pouco a pouco a criança sente necessidade de pôr em prática um sistema mais desenvolvido, respeitando os códigos socialmente estabelecidos.
Apenas quando uma criança demora a adquirir a fala é que os pais e os educadores realmente se apercebem da complexidade desta actividade que acontece em condições normais.
Cada criança tem um ritmo próprio a nível de desenvolvimento da sua expressão oral, no entanto os pais e educadores devem estar atentos caso estas situações ocorram:
  • A criança entre os 12 e os 24 meses que não apresenta um vocabulário espontâneo e uma aparente compreensão das palavras e ordens simples;
  • A criança com 24 meses que ainda não começou a pronunciar as suas primeiras palavras;
  • A criança com 3 anos que ainda não constrói pequenas frases de duas ou três palavras;
  • A criança que após os 4 anos de idade ainda utiliza uma linguagem imperceptível para as pessoas que não são do seu círculo mais íntimo.
A linguagem tem implicações no desenvolvimento cognitivo, afectivo-emocional e social de cada criança, por isso caso existam desvios ou atrasos na linguagem, é aconselhável consultar um especialista (fonoaudiólogo ou terapeuta da fala).

Testes Diagnóstico de Dislexia

Os Testes Diagnóstico de Dislexia servem para diagnosticar/avaliar a dislexia. É sempre necessário recorrer a várias ferramentas/testes para o efeito. Eis uma lista dos possíveis testes a aplicar:
Avaliação Cognitiva:
Avaliação da Percepção e Memória Visual:
  • Reversal Test
  • Teste de percepção de Diferenças (TPD)
  • Teste de retenção Visual de Benton (TRVB)
Avaliação da Percepção e Memória Auditiva:
  • Diagnóstico das Aquisições Perceptivo-Auditivas (DAPA)
  • Lindamood Auditory Conceptualisation Test (LAC)
Avaliação da Psicomotricidade e Dominância Lateral
Avaliação dos Processos Fonológicos:
http://educamais.com/testes-diagnostico-de-dislexia/

sábado, 2 de julho de 2011

Um problemão de matemática

Dificuldade com os cálculos nem sempre é falta de inteligência do aluno. Pode ser só um transtorno de aprendizagem – e, com ensino adequado, dá para aprender
Camila Guimarães
Patricia Stavis

Fora da escolaLuisa Andrade (sentada) com sua tutora no jardim de casa. Ela abandonou a escola depois de várias situações constrangedoras em sala
Desde que consegue se lembrar, a paulistana Luisa Andrade, que hoje tem 17 anos, não se entendia com os números. As aulas de matemática eram um suplício. Na 3a série, aos 9 anos, experimentou pela primeira vez a vergonha que a acompanharia até o ensino médio. Para tomar a lição dos alunos, a professora costumava pedir para que todos ficassem em pé em cima de suas carteiras e recitassem a tabuada. Só sentava quem acertava a sequência. Era uma tarefa impossível para Luisa, que sempre ficava por último, em pé, sozinha, exposta à risada dos coleguinhas.
Os anos se passaram e as situações constrangedoras foram se acumulando, tanto nas salas de aulas quanto em passeios com a turma de amigos. No cinema ou na lanchonete, Luisa nunca soube calcular o troco. Ou ver as horas. O pior momento foi no ensino médio. Durante uma aula de física, a professora pediu para que Luisa, que é loira e vestia uma blusa cor-de-rosa, resolvesse um problema na lousa. Luisa não foi capaz de escrever nada. Ficou lá parada por alguns minutos. A professora, então, disse a ela: “Pode voltar para sua carteira, Barbie”.
Luisa não é preguiçosa. Nem burra. Ela apenas sofre de discalculia, um transtorno de aprendizagem tão comum em salas de aulas quanto a dislexia (o transtorno de aprendizagem de leitura). Quem tem discalculia não possui habilidades matemáticas. Faltam noções de grandeza ou de valor dos números. Essas pessoas não conseguem fazer cálculos e nem sequer decoram a tabuada (leia abaixo o quadro com os principais sintomas). Pesquisas internacionais estimam que entre 5% e 7% da população mundial sofre desse transtorno. Os impactos afetam toda a sociedade. Segundo um estudo britânico, a discalculia gera um prejuízo anual ao país de 2,4 bilhões de libras (ou R$ 5,8 bilhões). Isso porque as pessoas com dificuldades matemáticas tendem a ganhar e gastar menos. Seriam mais propensas a ficar doentes e cometer crimes. Também demandam mais ajuda da escola.
Apesar disso, a discalculia é pouco conhecida. Parte do problema é resultado da tolerância nas escolas para as dificuldades com matemática. “Culturalmente encaramos como algo difícil mesmo”, afirma Thiago Strahler Rivero, pesquisador do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. “Muitos pais e professores não percebem que há um problema e os alunos podem chegar até a vida adulta sem saber que sofrem deste transtorno.”
Outro obstáculo é o diagnóstico complicado. É preciso uma equipe interdisciplinar, formada por fonoaudiólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo e neuropediatra para identificar o transtorno corretamente. No Brasil, apesar da falta de números precisos, há consenso entre especialistas que os diagnósticos de discalculia começam a aparecer com mais frequência nos consultórios clínicos.
A história do diagnóstico de Luisa é ilustrativa. Sua mãe, Mônica Weinstein, é fonoaudióloga e doutora em comunicação humana, mas, até Luisa ter 13 anos, nunca desconfiou que ela tivesse discalculia. Foi a própria Luisa quem percebeu. “Estava assistindo a um documentário na TV que falava sobre transtornos de aprendizagem e de repente ficou claro que aquele era o meu problema”, diz Luisa. “Fui correndo contar para minha mãe.”
Os alunos com discalculia conseguem aprender matemática com atenção individual e técnicas de ensino especiais. Mas poucas escolas têm professores, estrutura, planejamento ou materiais adequados. A Escola Suíço Brasileira de São Paulo fez uma adaptação do conteúdo das aulas e até de materiais. “As atividades em sala de aula e a lição de casa precisam ser diferentes”, diz Birgit Möbus, psicopedagoga da escola. “O mais importante é não isolar esse aluno e cuidar de sua autoestima.”
A mãe de Luisa, Mônica, não teve a sorte de encontrar colégios preparados para educar a filha. O último sugeriu que a menina deixasse a matemática de lado. A menina já havia desenvolvido uma severa anorexia nervosa. Hoje ela estuda com tutores, em casa, e frequenta uma vez por semana o Instituto Individualmente, uma organização não governamental criada pela própria Mônica logo depois do diagnóstico da filha.
O instituto diagnostica e trata alunos com discalculia das redes pública e privada há dois anos. Um deles é Aline Alves Barbosa, de 15 anos. Sua mãe percebeu que poderia haver algum problema de aprendizagem quando ela tinha 12 anos. Durante meses, passou por fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas. Chegou a tomar remédio para tratar um possível deficit de atenção. No instituto, ela é atendida por especialistas em discalculia, que usam softwares importados desenvolvidos para quem não tem habilidades matemáticas. Com os programas, que concretizam os números e as operações matemáticas com imagens, ela aprendeu a ler as horas e a fazer algumas operações básicas, como somar e dividir. Aline ainda odeia as aulas de matemática da escola. “Minha professora atual não quer nem saber do meu diagnóstico”, diz Aline. “Ela explica a lição uma vez só e nunca mais.” Por isso, o desafio do Instituto Individualmente também é preparar as escolas para ensinar essas crianças.
Outros países já incorporaram isso à política oficial. Desde 2000, a Inglaterra investiu US$ 2,3 milhões em pesquisa. Outro tanto para desenvolver softwares para melhorar o aprendizado. Esses programas são usados nas escolas públicas. Segundo um levantamento feito pela consultoria KPMG e uma ONG britânica, essas ações custam caro, mas dão um retorno 12 vezes maior para a sociedade. É só fazer as contas.

Dificuldade além dos números
Pessoas com discalculia sofrem nas aulas de matemática e também não desenvolvem noções de tempo e espaço.
Eis os sintomas mais comuns
  • Não aprendem a ler as horas
  • Não sabem a sequência dos meses do ano ou noções de ontem, hoje e amanhã 
  • Em jogos, não gravam regras e não conseguem montar estratégias
  • Têm dificuldade para calcular troco 
  • Não guardam fórmulas matemáticas e têm muita dificuldade de entender os enunciados de exercícios

     
  • Falta de noção de magnitude: a criança não sabe, por exemplo, se o número 12 é mais próximo, em grandeza, do 10 do que do 20. Nem que 200 é menor que 2.000.
  • São incapazes de fazer cálculos mentais
  • Os mais novos confundem números graficamente parecidos, como 6 e 9 ou 14 e 41

Reportagem sobre Discalculia da Revista Época

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI240671-15228,00-UM+PROBLEMAO+DE+MATEMATICA.html